"O importante não é o seu processo. Mas sim o processo para melhorar o seu processo."
Essa frase, que é do Henrik Kniberg, um dos responsáveis pelo "Modelo Spotify" de gestão ágil, descreve um dos principais objetivos de uma organização ágil: estar em constante evolução. Principalmente quando falamos de um squad ágil para desenvolvimento de software, essa é a mentalidade que precisamos abraçar desde o dia em que essas pessoas se reúnem para trabalhar juntas.
Afinal, o contexto que esse grupo estará inserido traz muita incerteza e imprevisibilidade.
É um grupo diverso de pessoas, cada uma com suas crenças e convicções sobre o que funciona e o que não funciona na criação de software. Esse grupo irá perseguir um objetivo de negócio dentro de mercados altamente voláteis, onde novos concorrentes que podem disruptar um segmento inteiro surgem com cada vez mais frequência. Isso tudo, precisando interagir com uma série de stakeholders que possuem seus próprios interesses, alguns alinhados com os objetivos do software sendo criado, outros não.
Colocando dessa forma, parece ser possível ter um processo único e engessado com o qual seja possível criar produtos digitais de forma replicável?
Por isso, o objetivo não pode ser implementar um processo imutável, mas sim conseguir criar mecanismos para aprender e adaptar-se dentro do caos. Como já apontou o manifesto para desenvolvimento de software ágil 22 anos atrás, devemos nos preocupar com "Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas". O sucesso de um squad não está ligado diretamente à metodologia ágil (processo) que irá usar ou à ferramenta de gestão de projetos escolhida, mas sim a como o time irá trabalhar em conjunto e conseguir se adaptar para entregar valor de forma contínua nesse ambiente de alta incerteza.
Então, na hora de mobilizar um squad para uma nova iniciativa, procure entender quem são os indivíduos que irão fazer parte desse time, quais suas histórias e crenças. Se fizer sentido usar um framework de gestão ágil, comece sua implementação de forma gradual, tendo bastante interação com o grupo para entender o que está funcionando e o que não está. Não tenha medo de adaptar o processo para o que faz mais sentido para o momento do seu time. Não tente encaixar o time dentro dos processos, mas sim adapte os processos de acordo com as necessidades do time.
No fim, mais importante do que implementar um framework "by the book" ou usar alguma ferramenta específica de gestão, é garantir que estamos entregando software de forma contínua e adiantada, satisfazendo nossos clientes e gerando valor para o negócio.