Um dos maiores desafios para a construir um produto digital de software é conseguir alinhar todos os interessados sobre o que precisa ser construído.

Existem diversas partes interessadas na construção de um sistema e cada uma possui uma peça necessária para montar esse quebra cabeça. Normalmente teremos pessoas de negócio, experiência do usuário, tecnologia e os próprios usuários alvo do sistema. Todas essas pessoas têm pontos importantes para adicionar na construção do software e precisam ser ouvidas no processo.

Porém, isso não pode desacelerar o processo de criação do software.

Levando em consideração que o produto é construído com base em uma série de hipóteses que ainda precisam ser validadas, o objetivo dos responsáveis por sua criação precisa ser identificar a menor versão do produto para ser construída de forma rápida e disponibilizada em produção (MVP). Será a partir desse lançamento e dos dados coletados sobre ele que será possível decidir o que deu certo e o que não deu, e assim, planejar as próximas iterações do produto, as quais o levarão mais próximo do atingimento dos objetivos de negócio.

Por isso, o foco inicial de uma equipe de produto é conseguir alinhar as partes interessadas o mais rápido possível na definição do que será esse MVP.

É importante que todos os envolvidos sejam ouvidos, mas o foco não é atender aos pedidos de todos. O foco é entender qual é o menor escopo necessário para começar a validar as hipóteses de negócio, resolvendo as dores dos usuários com uma solução que seja viável tecnicamente.

E para chegar nesse objetivo, na nav9 nós utilizamos a Lean Inception.

Esse é um framework criado pelo Paulo Caroli com o objetivo de alinhar as pessoas para construir o produto certo. Através de um workshop de 5 dias, utilizamos técnicas de Design Thinking e do Lean Startup para garantir que todos os interessados sejam ouvidos enquanto divergimos sobre o que deve ser feito, para que ao final consigamos convergir na definição do produto digital certo a certo construído.

Ao final do workshop, conseguimos ter uma visão alinhada sobre o objetivo do produto de longo prazo, quem são os usuários desse produto, quais funcionalidades ele pode ter e qual o valor e complexidade de cada uma delas. Por fim, entendemos com base na jornada dos usuários quais são as funcionalidades mínimas que devemos priorizar para criar um MVP que entrega valor e valida hipóteses de forma rápida.

Utilizando esse framework, conseguimos alinhar em poucos dias todas as partes envolvidas e definir o que será construído na primeira versão do produto. Com essa definição bem estruturada o time pode trabalhar com tranquilidade, pois tem uma boa definição do produto e um profundo conhecimento do que precisa ser feito. E além disso, tem a segurança e o comprometimento de todos os interessados, pois eles foram ouvidos durante o processo de definição do MVP.