Você não tem como saber se o seu produto digital vai atingir seu objetivo até ele ser lançado.
Inclusive, a probabilidade de serem necessárias melhorias é maior do que a de ele já entregar todo o valor esperado numa primeira versão. Isso porque um produto digital, como todo negócio, é criado a partir de uma série de hipóteses. Tem a hipótese de que existe uma dor de um usuário que precisa ser resolvida, a hipótese de que ele vai querer usar o seu software para resolvê-la ao invés de outro, a hipótese de que será possível gerar um modelo de negócio sustentável a partir desse produto, entre muitas outras. Porém, todas elas são hipóteses, nada mais que possibilidades que podem ou não estar certas e por isso precisam ser validadas.
E a única forma de validá-las é disponibilizando o software para os usuários em produção.
Tentamos minimizar os riscos através de protótipos e diversas outras ferramentas e abordagens, porém, só conseguiremos ter uma real visão sobre o sucesso (ou não) do produto a partir do momento que os usuários estiverem usando de forma real. É a partir desse momento que começamos a ter os nossos maiores aprendizados.
Por isso, cada dia que adiamos o lançamento de um produto digital, é um dia que adiamos nosso aprendizado.
E esse aprendizado é imprescindível, afinal, dificilmente será a primeira versão do produto que será a versão de sucesso. Dentre todas as hipóteses que nos baseamos na construção de um produto, a probabilidade é que muitas delas estejam erradas. E quanto antes descobrirmos isso, melhor, pois será a partir do entendimento das falhas na nossa estratégia que poderemos repensar o produto, fazer ajustes e corrigi-los.
O que traz sucesso para um produto é iterar sobre ele. É lançar algo em produção, aprender com os erros e acertos e pensar qual será a próxima iteração a partir desses aprendizados.
Por isso, cada dia que adiamos o seu lançamento, também é um dia que adiamos o sucesso dele.
Não estou aqui defendendo o lançamento de produtos ruins ou incompletos somente para começarmos a aprender. A ideia é que consigamos entender o que realmente é indispensável para o lançamento e o que pode ser adiado. Porém, qualquer pessoa que já construiu um produto digital alguma vez sabe que o padrão é ceder ao excesso, sendo perfeccionista ou inchando o escopo da primeira versão do produto com features que não são necessárias nessa primeira versão.
Como membros do time responsável pela entrega do produto (independente da nossa posição, seja de PM, PO, designer, dev ou QA), é nossa responsabilidade não deixar o perfeccionismo e o excesso vencer a necessidade de aprendizado validado.