Duas semanas atrás escrevi alguns pensamento sobre treinamento. Esses pensamentos estão relacionados ao processo de treinamento individualizado de uma pessoa por vez e consistem basicamente na ideia de acompanhar ela no seu dia a dia de trabalho, anotando pontos positivos para reforçar e pontos negativos para corrigir. É um método eficaz, porque consigo dar um direcionamento de como evoluir para cada pessoa de forma individualizada e personalizada. Porém, é um método pouco eficiente, pois conforme o time vai crescendo fica difícil acompanhar todos na execução do seu trabalho do dia a dia para gerar um treinamento tão personalizado.
Pensando em alguma forma de atingir mais pessoas, na ultima semana comecei a estruturar um treinamento coletivo para uma das áreas da empresa. Sabia que esse treinamento não teria a mesma eficácia do acompanhamento individualizado, pois não seria tão personalizado pensando nos desafios de cada pessoas. Porém, acredito que toda função possui conceitos básicos que todo profissional precisa dominar e focando as reuniões em discutir esses conceitos, conseguiria que todos se identificassem com o tópico tratado e assim otimizaria meu tempo para treinar mais de uma pessoa por vez.
Como gosto muito de fundamentar as minhas ações com a teoria, tratei de entender quais os fundamentos básicos eram necessários para um profissional desempenhar bem sua função naquela área, para assim trabalhar esse conhecimento com o time. Fiz isso pois acredito que com um bom conhecimento teórico, fica mais fácil de ser autônomo na tomada de decisão do dia a dia. Assim, desenhei o treinamento de uma forma onde cada encontro possui uma base teórica, porém sem deixar de lado o pensamento de que os conceitos ali apresentados deveriam ser de fácil aplicabilidade no dia a dia de todos os presentes. Afinal, de nada adianta dominar diversos conceitos teóricos e na hora da prática não conseguir aplicá-los.
Assim, para aliar a teoria a parte prática, conversei com alguns dos presentes no treinamento que eu vinha acompanhado de forma individualizada e perguntei se eles se importavam de eu usar casos de aprendizado do seu acompanhamento individual para exemplificar os conceitos teóricos que eu gostaria de expor. Dessa forma consegui trazer para o coletivo aprendizados tidos pelos indivíduos, e baseando os conceitos com situações reais ficou muito mais fácil para todos entenderem como aplicar a teoria no eu dia a dia.
Assim, consegui criar um treinamento com alta aplicabilidade e com um baixo esforço. E além disso, consegui fazer com que os processos de treinamento individualizado e coletivo se interligassem e se retroalimentassem. Pois ao fazer os acompanhamentos individualizados, gero casos de estudo para compartilhar com o time nos treinamentos coletivos. O time recebendo esse treinamento entende com mais facilidade como aplicar os conceitos no seu dia a dia, gerando indivíduos cada vez mais preparados para assumirem desafios maiores, onde posso treiná-los individualmente em conceitos ainda mais complexos, gerando casos de estudo ainda melhores para os treinamentos coletivos.
Esse mecanismo de retroalimentação gera um ciclo virtuoso de aprendizado onde quanto mais os indivíduos evoluem, mais o grupo vai evoluir também. E dessa forma também consigo atingir mais pessoas no processo de treinamento, otimizando meu tempo, mas sem deixar de trazer um conteúdo relevante pra evolução profissional de cada um dos presentes.